quarta-feira, 15 de julho de 2015

SOBRE A ANSIEDADE


Há quase um ano atrás em meu blog  Atrevida  À Flor da Pele, abordei o transtorno de ansiedade em relato pessoal do sofrimento pelo qual sou acometida a ornitofobia que é uma forma de transtorno de ansiedade associada à fobia a pássaros.

Acho importante divulgar a ansiedade que acomete uma em cada 4 pessoas em todo o mundo indiscriminadamente independente de cor, religião, gênero ou status social.

Num estudo divulgado pela Revista ISTO É  em 2012, das cidades pesquisadas,   São Paulo foi a que apresentava os maiores índices de incidência de episódios de ansiedade.

As famílias, empresas, escolas e a sociedade em geral estão adoecendo de forma coletiva e todos são afetados pelas ondas da massa. Vende-se soluções farmacológicas eficazes muitas vezes, mas que não dão conta de todos os problemas. Necessário se faz buscar as raízes de tanta ansiedade que se confunde com os medos irracionais.

A ansiedade tem raízes profundas antropológicas, fazia parte das reações que nossos ancestrais manifestavam diante de ameaças como a possibilidade de um ataque animal ou a morte por frio extremo. Preocupar-se com esses eventos, mantinha o corpo em alerta , mais tenso, pressão elevada, maior bombeamento de sangue . Se o perigo se concretizasse, o corpo estava pronto para reagir. Se não, o sistema era desligado. Esse esquema ficou gravado no cérebro humano como uma programação genética de instinto e até hoje entra em ação em situações interpretadas como risco. Essas circunstâncias podem ser reais ou fictícias, resultado de mecanismos psíquicos não totalmente esclarecidos. O problema é que se esse estado de preocupação se torna crônico, caso da ansiedade generalizada, ou leva a crises espontâneas, como ataques de pânico, deixa de ser uma reação natural. Causa prejuízos à saúde e à vida social, afetiva e profissional. Tornando-se uma doença. É preciso despertar e procurar ajuda.
Dividir informações faz com que possamos nos conhecer e aprender a desativar o acionamento das bombas que a mente arma para nos auto sabotar.

Segue um estudo sobre transtornos de ansiedade.

Transtornos de Ansiedade

Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um alto nível de ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma expectativa de que algo ruim aconteça, acompanhado por várias reações físicas e mentais desconfortáveis.

Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.

É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão.

No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.
Saiba um pouco sobre cada Transtorno de Ansiedade:


Estresse Pós Traumático:
Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que tenha sido muito traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar com medo de que ocorra de novo, ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc. Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas  persistem por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado como Estresse Pós Traumático.

Distúrbio de Ansiedade Generalizada:
Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da vida. Este estado aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes sintomas: irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e humor deprimido.

Síndrome do Pânico:
A Síndrome do Pânico é caracterizada pela ocorrência de freqüentes e inesperados ataques de pânico. Os ataques de pânico, ou crises, consistem em períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos como taquicardia, perda do foco visual, dificuldade de respirar, sensação de irrealidade, etc.

Fobia Simples:
Medo irracional relacionada a um objeto ou situação específico. Na presença do estímulo fóbico a pessoa apresenta uma forte reação de ansiedade, podendo chegar a ter um ataque de pânico. Por exemplo a pessoa pode ter fobia de sangue, de animais, de altura, de elevador, de lugares fechados ou abertos, fobia de dirigir, etc. Há muitas formas possíveis de fobia, visto que o estímulo fóbico assume um lugar substituto para os reais motivos de ansiedade da pessoa. O motivo original vai ser descoberto na terapia.

Fobia Social:
Ansiedade intensa e persistente relacionada a uma situação social. Pode aparecer ligado a situações de desempenho em público ou em situações de interação social. A pessoa pode temer, por exemplo, que os outros percebam seu "nervosismo" pelo seu tremor, suor, rubor na face, alteração da voz, etc. Pode levar à evitarmos situações sociais e um certo sofrimento antecipado. A pessoa pode também, por exemplo, evitar comer, beber ou escrever em público com medo de que percebam o tremor em suas mãos.

Transtorno Obsessivo-Compulsivo:
Estado em que se apresentam obsessões ou compulsões repetidamente, causando grande sofrimento à pessoa. Obsessões são pensamentos, idéias ou imagens que invadem a consciência da pessoa. Há vários exemplos como dúvidas que sempre retornam (se fechou o gás, se fechou a porta, etc.), fantasias de querer fazer algo que considera errado (machucar alguém, xingar, etc.), entre vários outros.
As compulsões são atos repetitivos que tem como função tentar aliviar a ansiedade trazida pelas obsessões. Assim, a pessoa pode lavar a mão muitas vezes para tentar aliviar uma idéia recorrente de que está sujo, ou verificar muitas vezes se uma porta está fechada, fazer contas para afastar algum pensamento, arrumar as coisas, repetir atos, etc.

Uma nota para Reflexão:
O que é normal e o que não é normal em nossa vida mental?

É importante notar que todos nós apresentamos alguns comportamentos "estranhos" uma vez ou outra. A vida psicológica normalmente é cheia de estados emocionais variados, de transições e crises. Todos nós temos alguns medos ilógicos, algumas idéias intrusas em nossa consciência e estados de ansiedade mais intensos.

O que caracteriza um estado como patológico é quando estas situações dominam a nossa vida mental, quando o sofrimento emocional (ansiedade, desânimo, etc.) passa a ocupar o primeiro plano em nossas vidas e nos impede de viver outras experiências. Na psicopatologia, ocorre certa perda de liberdade e ficamos paralisados em modos estereotipados de funcionamento, sofrendo.

Nestas situações necessitamos de ajuda psicológica. A psicoterapia nos ajuda a sair deste estado de paralisia, ajudando a restaurar nossa capacidade de prosseguir construindo nossa vida e respondendo de modo criativo aos desafios.
Por Artur Scarpato , Psicólogo Clínico (PUC SP)

Como se livrar da ansiedade

1- Respire fundo, lenta e compassadamente pelo maior tempo que você for capaz, pois isto ajuda a desacelerar fisiologicamente o cérebro e por conseqüência a mente.

2- Entenda que quando um problema novo se configura a sua frente, a solução não está na sua mente, não está no seu pensamento e sim no fato em si. Quando for possível, olhe para o novo, procure entendê-lo, aumente as suas informações e seu conhecimento sobre ele. Não busque referências pessoais anteriores, pois isto aumentará a sua ansiedade. Se não for possível olhar para o problema (por exemplo,  numa entrevista de emprego), procure não pensar nele, tente “distrair” a sua mente com outra coisa, brigue( BRIGUE?) com ela para não pensar na entrevista e em suas conseqüências.

3- Aceite a falta de controle, abra mão da prepotência da sua mente, e entenda que não somos deuses superpoderosos que tudo podemos controlar. Uma parte de nossa vida tem que entregar a Deus, ao destino, à sorte e... Seja o que Deus quiser...

4- Problemas e novidades se resolvem com ação e não com pensamento, é preciso fazer o melhor que está a nosso alcance, focado, ligado no real. O que está além do nosso melhor esforço não podemos controlar.

5- Aceitar a possibilidade de perder, não querer ganhar a qualquer custo, pois isto acelera a mente e aumenta e muito a chance de derrota.

6- Aceite conviver com a insegurança quando ela surgir a sua frente. Não queira se livrar dela. Não tenha pressa. Quanto mais você aceitar conviver com a insegurança, mais calmamente ela irá embora e mais a sua mente se acalmará. Quanto mais você tentar se livrar dela, mais ela se tornará ansiedade.

7- Não se deixar enganar pela mente. Quando ela ficar buzinando internamente que o pior vai acontecer, usar a palavra mágica ( Não seria melhor “ Frase Mágica” ou Frases Mágicas” ?): “ Seja o que Deus quiser...” “ Foda-se...”

Resumindo: mente acelerada é mente desequilibrada. Para livrar-nos da ansiedade, devemos aprender a escapar do doínio e desacelerar a nossa mente.
Por  Dr. Isaac Ibraim, Médico Psiquiatra e Psicoterapeuta- SP .

Ornitofobia 

O nome parece pomposo e altivo, mascarando o seu real e prosaico significado: o medo anormal e irracional de aves. Confesso que sofro deste transtorno que se traduz na extrema angústia e medo de perder o controle. Senti-me encorajada a falar sobre este delicado assunto após assistir com muita compaixão e identificação ao relato da cantora Luiza Possi no programa Encontros com a Fátima Bernardes confidenciando sobre este ridículo calcanhar de Aquiles!
Por este bizarro medo, desde a mais tenra idade sempre fui alvo de bullying que naquela época era apenas escárnio, chacota e encarnação mesmo!
Uma explicação para tão estranho temor pode ter origem no fato de que a minha mãe assistiu ao filme Os Pássaros de Alfred Hitchcock quando estava grávida de mim. Relembrando o filme do mais puro terror que aborda a fobia discorre sobre a história de um casal que luta pela vida desesperadamente contra a força mortal de aves que protagonizam uma série de ataques aos cidadãos indefesos da cidade de Bodega Bay na Califórnia EUA.
Diga-se de passagem, este não é um filme apropriado para mulheres especialmente grávidas, porém mamãe foi uma mulher singular durante toda a sua vida. Era um misto de libertária, behaviorista, neofascista e treinadora do BOPE na educação das suas filhas, dentre as quais eu sou a primogênita.
Os traumas que lembro com os pássaros são posteriores à ornitofobia instaurada. Aos meus 15 anos minha mãe fez uma de suas experiências terapêuticas comportamentais com inspiração behaviorista: desafiou-me a entrar num viveiro de pássaros ornamentais do porte de galinhas, galos e perus no sítio de um amigo da família a quem eu gostava de impressionar pela bravura. Eu tinha uma reputação a zelar, era a mais velha de uma tropa de 5 crianças e era tida como intrépida e destemida, pois havia matado uma cobra coral a tiros de espingarda para proteger os petizes! Pois muito que bem, entrei no tal covil das feras que era fechado e diante da platéia incrédula, fechei os olhos e “ saí fora do meu corpo” enfrentando o medo. Aos calafrios vertiginosos sentia o bater das asas dos pássaros em fuga, roçando na minha pele, meu coração saltando pela boca e eis que eles sumiram sem deixar rastros! Ufa! Sobrevivi a esta prova de fogo!
Anos mais tarde, já na Faculdade de Psicologia na UFRJ, fazia estágio em Psicofarmacologia no Instituto de Psiquiatria que consistia em observar os pacientes em seu horário de lazer no pátio da clínica e eis que surgem do nada um pequeno exército de pombos, patos, gansos, marrecos, pelicanos , flamingos , galinhas , perús ... e derivados alegremente interagindo com os doentes em recreio! Foi o pior mico da minha vida, não consegui controlar a minha reação de pavor, saí correndo aos gritos diante dos olhares de pena dos internos! Soube depois que o convívio com os emplumados fazia parte da terapêutica dos internos. Estava acabada a minha carreira como Psicóloga depois deste vexame no hospital psiquiátrico, mas não desisti e ainda tentei estagiar no Pinel!
Outro episódio memorável ocorreu alguns meses depois, quando atravessava a Praça XV rumo às Barcas na companhia de uma amiga que estudava Medicina na UFF em Niterói: um pombo preto cismou de pousar na minha cabeça e se aninhar nas minhas longas madeixas! Desmaiei como efeito e acordei sendo socorrida pela minha amiga e rodeada de uma multidão de curiosos!
Desde pequena provoquei mudança nos hábitos alimentares da família porque não aceitava visitar aviários nem tampouco comer aves de qualquer espécie! Costumava fazer discursos a favor das pobres criaturas para convencer outras pessoas a excluir carne de aves do cardápio! Tornei-me macrobiótica aos 18 anos para evitar os encontros desagradáveis com as tais criaturas!
O meu problema maior é deflagrado quando as aves levantam voo, a simples lembrança das penas das asas me arrepia toda e tenho vertigens!
Há alguns anos venho controlando os ataques de ansiedade com meditação e auto hipnose. São técnicas para lidar com os desagradáveis sintomas.
Teorias apontam o medo como um fator de sobrevivência que nos preserva de perigos de morte, como no experimento com ratos que ficaram na mesma caixa com uma cobra, os que sobreviveram não a enfrentaram ficando parados. Na vida em geral, quando o medo é exacerbado nos paralisa e impede de viver. O excesso de controle nos isola do convívio que nos amedronta e nos impõe um cárcere estéril e asséptico.
A cura passa pela busca do entendimento e elaboração dos significados simbólicos do sofrimento e dos sintomas desenvolvidos, bem como a elucidação dos ganhos secundários obtidos desses.

Por Nathalia Leão Garcia


http://nathalialeaogarcia.blogspot.com.br/2014/08/ornitofobia.html



sexta-feira, 5 de junho de 2015

A MEDICINA AYURVÉDICA

A MEDICINA AYURVÉDICA E OS DOSHAS

Existe muito a ser dito a respeito de cada um dos doshas, mas suas funções básicas podem ser definidas ampla e simplesmente: o dosha Vata é o princípio dominante no corpo que controla o movimento; o dosha Pitta controla o metabolismo e a digestão; e o dosha Kapha é responsável pela estrutura física e o equilíbrio dos fluidos.
Cada célula do corpo precisa conter esses três princípios a fim de sustentar a vida. Você precisa ter Vata para o movimento, para respirar, para que o sangue circule, para que os alimentos se desloquem através do aparelho digestivo, e para enviar impulsos nervosos ao cérebro e a partir dele. Precisa ter Pitta a fim de assimilar e processar os alimentos, o ar e a água através dos diversos sistemas do corpo. Tem necessidade de Kapha, ou estrutura, para manter as células juntas e formar os músculos, a gordura, os ossos e o tecido conjuntivo.
Embora a natureza precise dos três princípios para criar e sustentar a vida humana, cada um de nós encerra diferentes proporções dos doshas em nossa constituição básica. Quando digo, por exemplo, que uma pessoa é do "tipo Vata", estou querendo dizer que certas características Vata são dominantes na estrutura dessa pessoa. Os indivíduos do tipo Pitta ou do tipo Kapha terão suas características predominantes particulares.
Ao identificar e compreender seu tipo de corpo, você pode colocar sua alimentação, sua rotina diária e até mesmo seu comportamento casual em perfeita harmonia com sua fisiologia como um todo - e você começa a ter acesso a suas reservas internas de energia. Vamos examinar mais de perto as características dos três tipos de corpo.






VATA
Vata é o princípio governante do corpo. A influência de Vata em um ser humano individual pode ser comparada à ação do vento na natureza. Como o vento, Vata está sempre em movimento e tende a ser rápido, frio, seco, áspero e leve. As pessoas que são tipos Vata também são dominadas por essas qualidades.

Características do tipo Vata:
• Constituição física leve e magra
• Executa rapidamente as atividades
• Fome e digestão irregulares
• Sono leve e interrompido; tendência para a insônia
• Entusiasmo, vivacidade, imaginação
• Excitabilidade, disposição de ânimo variável
• Capta rapidamente novas informações mas também esquece rápido
• Tendência a se preocupar
• Tendência a ter prisão de ventre
• Fica cansado rapidamente, tendência a se esforçar demais
• A energia física e mental se manifesta aos arrancos.


É extremamente Vata:
• Sentir fome a qualquer hora do dia ou da noite
• Amar a agitação e as constantes mudanças
• Ir dormir em horas diferentes a cada noite, pular refeições e ter hábitos irregulares de um modo geral
• Digerir bem a comida num dia e mal no outro
• Ter crises emocionais de curta duração e que são logo esquecidas
• Andar depressa
A característica do tipo Vata é a "mutabilidade". As pessoas de Vata são imprevisíveis e muito menos estereotipadas do que as do tipo Pitta ou Kapha. Sua variabilidade - de tamanho, forma, disposição de ânimo e ação - é a característica que o distingue. No caso da pessoa do tipo Vata, a energia física e mental se manifesta aos arrancos. Os indivíduos desse tipo tendem a andar depressa, ter fome a qualquer hora, amar a excitação e a mudança, ir dormir a uma hora diferente a cada noite, pular refeições e digerir bem a comida em um dia e mal no dia seguinte.

PITTA
O dosha Pitta governa a digestão e o metabolismo. Pitta é responsável por todas as transformações bioquímicas que ocorrem no corpo, e está estreitamente envolvido com a produção de hormônios e enzima. O Pitta no corpo é comparado ao princípio do fogo na natureza - ele queima, transforma e digere. Pitta é quente, aguçado e ácido, e as pessoas do tipo Pitta geralmente exibem essas qualidades.

Características do tipo Pitta:
• Constituição física média
• Força e resistência médias
• Fome e sede intensas, digestão forte
• Tendência a ficar zangado e irritado quando estressado
• Pele clara ou rosada, amiúde sardenta
• Aversão ao sol e ao calor
• Caráter empreendedor, aprecia os desafios
• Intelecto aguçado
• Fala precisa e articulada
• Não consegue pular refeições
• Cabelo louro, castanho ou ruivo (ou com nuanças avermelhadas)

É extremamente Pitta:
• Ficar faminto se o jantar atrasar meia hora
• Viver em função do relógio e detestar desperdiçar o tempo
• Acordar à noite sentindo calor e sede
• Assumir o comando de uma situação ou sentir que deveria fazê-lo
• Aprender através da experiência que as outras pessoas às vezes o acham por demais exigente, sarcástico ou crítico
• Ter um andar determinado
A intensidade é a principal característica do tipo Pitta. Cabelo ruivo e uma face rosada indicam uma predominância de Pitta, bem como a ambição, a inteligência aguçada, a franqueza, a ousadia e a tendência a ser argumentador ou ciumento. Mas o lado combativo de Pitta não precisa se expressar de uma forma extravagante ou grosseira. Quando equilibradas, as pessoas Pitta são calorosas, carinhosas e satisfeitas. É extremamente Pitta ter um andar determinado, sentir-se extremamente faminto se a refeição atrasar meia hora, acordar à noite sentindo sede, viver em função do relógio e se ressentir de desperdiçar o tempo.

KAPHA
O dosha Kapha é responsável pela estrutura do corpo. O Ayurveda diz que Kapha está relacionado com os princípios da terra e da água na natureza. O dosha Kapha é tipicamente pesado, estável, firme, frio, oleoso, lento, inerte e macio, e as pessoas do tipo Kapha se caracterizam por essas qualidades materiais.

Características do tipo Kapha:
• Constituição física sólida e poderosa; grande força e resistência físicas
• Energia uniforme; movimentos lentos e graciosos
• Personalidade tranquila e relaxada; custa a ficar zangado
• Pele fria, suave, espessa, pálida e frequentemente oleosa
• Custa a captar novas informações, mas depois que as assimila costuma retê-las bem
• Sono pesado e prolongado
• Tendência para a obesidade
• Digestão lenta, fome moderada
• Afetuoso, tolerante, magnânimo
• Propensão para ser possessivo, satisfeito consigo mesmo.

É extremamente Kapha:
• Ficar ruminando as coisas durante um longo tempo antes de tomar uma decisão
• Levantar devagar, ficar na cama um longo tempo e precisar tomar um café logo que acorda
• Ser feliz com o status quo e preservá-lo apaziguando os outros
• Respeitar os sentimentos das outras pessoas (com relação às quais sente uma genuína empatia)
• Buscar conforto emocional na comida
• Ter movimentos graciosos, olhos lânguidos e um andar deslizante, mesmo quando gordo
A característica básica do tipo Kapha é "relaxado". O dosha Kapha gera estabilidade e regularidade. Ele fornece a força e a resistência física que definem a estrutura robusta das pessoas típicas do tipo Kapha. Elas são consideradas afortunadas no Ayurveda porque, por via de regra, gozam de excelente saúde e expressam uma visão do mundo serena, feliz e tranquila. É extremamente Kapha ruminar as coisas durante um longo tempo antes de tomar uma decisão, dormir profundamente e levantar devagar, buscar conforto emocional na comida, mostrar-se feliz com o status quo e tranquilizar os outros para preservá-lo.


DESCOBRINDO SEU TIPO DE CORPO
Até aqui nossa intenção foi introduzir os doshas e mostrar como podemos distingui-los uns dos outros. Mas é importante compreender que a maioria das pessoas são "bi-dóshicas". A constituição delas é estruturada em torno de uma combinação de dois tipos de corpo, e, em alguns casos, dos três.
O efeito prático dessas idéias se tornará mais claro quando você completar o seguinte questionário, que se destina a ajudá-lo a determinar suas influências particulares dos doshas. Antes de continuar a leitura, sugiro que você reserve trinta minutos para responder às seguintes perguntas e avaliar suas respostas.




QUESTIONÁRIO AYURVÉDICO DO TIPO DE CORPO

O teste que se segue está dividido cm três seções. No caso das primeiras 20 declarações, que se aplicam ao dosha Vata, leia cada afirmação e atribua a ela o valor 0, 3 ou 6 (o que mais se aplicara você).
0 = Não se aplica a mim
3 = Aplica-se um pouco a mim (ou parte do tempo)
6 = Aplica-se muito a mim (ou quase o tempo todo)
No final da seção, anote sua contagem Vata. Por exemplo, se você marcar 6 na primeira afirmação, 3 na segunda e 2 na terceira, seu total até esse ponto seria 6 + 3 + 2 = 11. Totalize a seção inteira dessa maneira, e você chegará à sua contagem Vata final. Vá então adiante para as declarações Pilta e Kapha.
Ao terminar, terá três contagens diferentes. Ao compará-las, você irá determinar seu tipo de corpo.
No caso dos traços relativamente objetivos, sua escolha geralmente será óbvia. No caso do comportamento e das características mentais, que são mais subjetivos, você deve responder de acordo com a maneira como sentiu e agiu na maior parte da sua vida, ou, pelo menos, nos últimos anos.

1ª SEÇÃO: VATA

Não se aplica a mim
Aplica-se algumas vezes a mim
Aplica-se quase sempre a mim
1. Executo rapidamente as atividades.



2. Não sou bom em memorizar as coisas e depois lembrá-las mais tarde.



3. Sou animado e vivo por natureza.



4. Sou magro - não engordo com facilidade.



5. Sempre aprendi coisas novas com muita facilidade.



6. Meu andar característico é leve e rápido



7. Costumo ter dificuldade em tomar decisões.



8. Tenho tendência a ter gases e prisão de ventre.



9. Tenho tendência a ter mãos e pés frios.



10. Fico ansioso ou preocupado com frequência.



11. Não tolero tão bem o frio quanto a maioria das pessoas.



12. Falo rápido e meus amigos acham que eu falo muito.



13. Minha disposição de ânimo muda com facilidade e sou um tanto ou quanto emotivo por natureza.



14. Frequentemente tenho dificuldade em dormir ou em ter uma noite de sono reparador.



15. Minha pele tende a ser muito seca, especialmente no inverno.



16. Minha mente é muito ativa, às vezes inquieta, mas também muito imaginativa.



17. Meus movimentos são rápidos e ativos; minha energia tende a se manifestar em surtos.



18. Fico facilmente agitado.



19. Tenho tendência a ter hábitos alimentares e de sono irregulares.



20. Aprendo rápido, mas também esqueço rápido.



CONTAGEM VATA




2ª SEÇÃO: PITTA

Não se aplica a mim
Aplica-se algumas vezes a mim
Aplica-se quase sempre a mim
1. Eu me considero muito eficiente.



2. Costumo ser extremamente preciso e organizado nas minhas atividades.



3. Tenho a mente decidida e resoluta e sou um tanto ou quanto enérgico.



4. Sinto um mal-estar ou fico facilmente fatigado no calor - mais do que as outras pessoas.



5. Transpiro com facilidade.



6. Embora nem sempre o demonstre, fico irritado e zangado com bastante facilidade.



7. Não me sinto bem quando pulo uma refeição, ou se almoço ou o jantar atrasa.



8. Meu cabelo tem uma ou mais das seguintes características:
    tendência a ficar grisalho ou calvo cedo / fino e liso / louro, ruivo ou cor de areia



9. Tenho muito apetite; consigo comer uma grande quantidade de comida se o desejar.



10. Muitas pessoas me consideram teimoso.



11. Minha evacuação e bastante regular - é mais fácil eu ter diarréia do que prisão de ventre.



12. Fico impaciente com muita facilidade.



13. Tenho a tendência a ser perfeccionista com relação a detalhes.



14. Fico zangado com muita facilidade, mas depois esqueço rapidamente.



15. Gosto muito de alimentos frios, como sorvete, e também de bebidas geladas.



16. É mais fácil eu achar que um ambiente está quente demais do que frio demais.



17. Não tolero alimentos muito quentes e picantes.



18. Não tolero as desavenças tanto quanto deveria.



19. Aprecio os desafios, e quando quero alguma coisa sou muito determinado cm meus esforços para conseguí-la.



20. Tenho a tendência de criticar tanto os outros quanto a mim mesmo.



CONTAGEM PITTA




3ª SEÇÃO: KAPHA

Não se aplica a mim
Aplica-se algumas vezes a mim
Aplica-se quase sempre a mim
1. Minha tendência nafural é fazer as coisas de uma maneira lenta e relaxada.



2. Engordo com mais facilidade do que a maioria das pessoas e emagreço mais devagar.



3. Minha disposição é serena e tranqüila - não fico agitado com facilidade.



4. Sou capaz de pular refeições sem nenhum mal-estar significativo.



5. Tenho a tendência a ter um excesso de muco ou secreção, congestão crônica, asma ou sinusite.



6. Preciso dormir pelo menos oito horas para me sentir bem no dia seguinte.



7. Tenho um sono muito profundo.



8. Sou calmo por natureza, e dificilmente fico zangado.



9. Não aprendo tão rapidamente quanto algumas pessoas, mas retenho bem as informações e tenho uma boa memória.



10. Tenho tendência para engordar – acumulo gordura com facilidade.



11. Não gosto quando o tempo fica frio e úmido.



l 2. Meu cabelo é grosso, escuro e ondulado.



13. Minha pele é macia, suave e um tanto pálida.



14. Minha constituição física é grande e sólida.



15. As seguintes palavras me descrevem bem: sereno, meigo, carinho e magnânimo.



16. Minha digestão é lenta, o que me faz sentir pesado depois das refeições.



17. Tenho vigor e resistência física, bem como um nível de energia estável.



18. Meu andar é de um modo geral lento e cadenciado.



19. Tenho tendência a dormir demais, a ficar zonzo ao acordar e sou geralmente lento para fazer as coisas pela manhã.



20. Como devagar e minhas ações são lentas e metódicas.



CONTAGEM KAPHA




CONTAGEM FINAL

VATA:                                PITTA:                            KAPHA:




COMO DETERMINAR SEU TIPO DE CORPO

Agora que você somou suas contagens, pode determinar seu tipo de corpo. Embora só existam três dosha, lembre-se de que o Ayurveda os combina de dez maneiras diferentes para chegar a dez tipos de corpo distintos.
• Se uma das contagens for muito superior às outras, você é provavelmente um tipo único de dosha.

Tipos Únicos de Dosha:
Vata
Pitta
Kapha
Você é definitivamente um único tipo de dosha se sua contagem mais elevada for duas vezes maior do que a segunda (por exemplo, Vata – 90, Pitta – 45, Kapha - 35). Nos tipos únicos de dosha, as características de Vata, Pitta ou Kapha são extremamente evidentes. Seu segundo dosha mais intenso poderá ainda se manifestar em suas tendências naturais, porém será muito menos nítido.

• Se não existe um dosha dominante, você é um tipo de dois doshas.
Tipos de Dois Doshas:
Vata-Pitta ou Pitta-Vata
Pitta-Kapha ou Kapha-Pitta
Vata-Kapha ou Kapha-Vata
Se você é um tipo de dois doshas, os traços dos seus dois principais doshas serão predominantes. O mais elevado se manifesta primeiro no seu tipo de corpo, mas ambos são levados em conta.
Quase todas as pessoas são tipos de dois doshas. Um tipo assim poderá ter a seguinte contagem final: Vata - 80, Pitta - 90, Kapha - 20. Se essa fosse suacontagem, você se consideraria um tipoPitta-Vata.

• Se suas três contagens forem praticamente iguais, você pode ser um tipo de três doshas.

Tipo de Três Doshas
Vata-Pitta-Kapha
Não obstante, este tipo é considerado o mais raro de todos. Verifique novamente todas suas respostas ou peça a um amigo que acompanhe suas respostas com você. Além disso, você pode reler as descrições de Vata, Pitta e Kapha nas para ver se um ou dois doshas se mostram mais proeminentes na sua estrutura.





As Bases da Astrologia Védica

A Astrologia Védica é um sistema que integra outras ciências como o Ayurveda, Yoga e religião, ou seja, um mapa astrológico védico tanto oferece indicações sobre o destino, bem como a constituição física, preferências, vocação, caminho a seguir e maturidade espiritual e também práticas aconselháveis para correção de desarmonias que possam levar a um grande sofrimento.
O principal foco da Astrologia Védica é corrigir ou remediar situações, e para isso se utiliza toda uma serie de correlações entre planetas com metais, pedras preciosas, cores, plantas, oferendas a divindades e mantras.
Como a diversidade cultural dentro da própria Índia é muito grande, a forma de lidar com a Astrologia apresenta grandes diferenças. Por exemplo, em se tratando de uma pessoa nascida em uma familia que consulte Astrologia Védica, seus pais já em sua infância podem aplicar medidas preventivas e harmonizar tendências negativas. Pode ser difícil ou estranho para os ocidentais a idéia de que rituais de oferendas (Pujas), que são os equivalentes a missas religiosas da religião ocidental, possam ser realizados por um monge em um templo, com o objetivo de contrabalançar um desvio da inteligência do nativo por algum aspecto tenso de Mercúrio.
É importante salientar que a inteligência interpretada pelo horóscopo ocidental vai ser vista de modo completamente diferente na Astrologia Védica. Nela, um desvio de inteligência indica a tendência a querer se aproveitar maliciosamente de oportunidades, levando a escolhas errôneas — e automaticamente ao sofrimento. O astrólogo védico pouco vai se importar em descrever traços sagitarianos, virginianos ou geminianos para interpretar o problema; desde que ele tenha sido identificado, o que importa a seguir é corrigir ou remediar.
Neste ponto cabe salientar que normalmente as interpretações de mapas védicos não são acompanhadas de longa interpretação astro-psicológica como pode acontecer no Ocidente. Na verdade, o formato de uma interpretação védica é muito diferente da ocidental. Alguns astrólogos ocidentais que praticam também a Astrologia Védica usam o mapa ocidental para interpretar a personalidade e o mapa védico para prever acontecimentos.
As origens históricas da Astrologia Védica se perdem no tempo. Um exemplo disso é que uma obra muito antiga da literatura hindu, que remonta a mais de 5 mil anos, o Ramayana, onde o tema principal é o registro histórico da vida de Rama , descrevendo o seu horóscopo. Outra obra igualmente importante, que é rica em registros astronômicos e astrológicos é o Mahabharata, que descreve a historia de Krishna. Estima-se que Krishna tenha vivido por volta dos anos 750 AC. Parasara, um dos personagens do Mahabharata, é um sábio misterioso com poderes igualmente misteriosos, é também o autor da obra mais importante da Astrologia Védica. Acredita-se que ele tenha vivido por volta do ano 850 a.C. Ou seja, sua obra remonta a mais de 2.850 anos.


Características de um mapa astrológico hindu
Uma característica na Astrologia Védica de hoje é o da correção da precessão dos equinócios, chamada Ayanamsha, que é uma correção que desloca todos os planetas do mapa ocidental em cerca de 23 graus no sentido contrário, ou seja retrogradando. Existem varias correntes que sustentam diferentes arcos de correção de precessão, variando entre 21 graus a 25 graus para as posições dos astros no ano 2000. Não cabe neste artigo descrever e argumentar sobre esse tema.
As Casas correspondem sempre a um signo inteiro. A Casa inicial é determinada pelo Ascendente, não importa em que grau este se encontre e sempre a Primeira Casa incluirá o Signo inteiro e as casas seguintes serão definidas pela seqüência dos signos.
Os aspectos são medidos por signos e não por graus como na Astrologia ocidental, e não contêm em si uma natureza positiva ou negativa. Isso será determinado pela natureza dos planetas envolvidos, e conforme as Casas são regidas e ocupadas pelos astros.
Quando um planeta forma aspecto com outro, o aspecto é identificado pelo número de Casas que um planeta dista do outro. E este é o conceito mais difícil de um astrólogo ocidental substituir, ao estudar Astrologia Védica.
Além dos 12 Signos que são divisões solares, na Astrologia Védica temos a divisão do Zodíaco em 27 partes, que correspondem ao Zodiaco Lunar. Esses 27 setores são chamados de Nakshatras ou simplesmente estrelas, porque cada Nakshatra tem uma estrela fixa como referência simbólica para marcar seu inicio. Os 27 Nakshatras são divididos em 9 regências planetárias, incluindo os 7 planetas básicos e os Nodos, na seguinte ordem: Nodo Sul, Vênus, Sol, Lua, Marte, Nodo Norte, Júpiter, Saturno e Mercúrio.

Bases espirituais
Para muitos na Índia, a Astrologia não é apenas um estudo ou uma profissão, mas também um caminho espiritual, com iniciação e prática diária de meditação. Algumas pessoas se encaixam tão bem neste modelo de vida que, ouvindo seus conselhos diante de um mapa, percebemos que são verdadeiros sacerdotes-astrólogos e que, com a prática, acabam conhecendo uma variedade de detalhes sobre divindades, mantras e preparações de remédios astrológicos.
Alguns textos antigos nos sugerem que, para estudar e trabalhar com Astrologia Védica, devemos ter certas qualidades e virtudes, ou seja, não deveriamos repassar este conhecimento para quem não tenha os pré-requisitos. Isso demonstra que há muito tempo os sábios da Índia já tinham um código de ética bem exigente. Em outras palavras, devemos ter uma moral elevada para ser aceitos em uma Escola de Astrologia; e uma pessoa de moral elevada é uma pessoa de estatura espiritual em qualquer cultura em que ela se encontre, mesmo que não tenha interesses religiosos. Cabe aqui lembrar que B.V. Raman, um dos grandes nomes da Astrologia Védica, dizia que para aprendê-la deveríamos meditar, conforme ele mesmo praticava. O astrólogo K. N. Rao, famoso até hoje por várias previsões acertadas de terremotos, também teve seu Guru de mantras. E o astrólogo Sanjay Rath foi um sábio e erudito nas Escrituras, além de fundador de uma escola que inclui ensinamentos espirituais e meditação.
Até hoje algumas linhagens da Astrologia Védica se preservam da vista pública, repassando o conhecimento de mestre a discípulo, e só temos conhecimento desses ramos devido ao depoimento de alguns raros que tiveram contato com eles. B. V. Raman comenta que, ao peregrinar por cidades sagradas, encontrou uma pessoa que interpretou seu mapa maravilhosamente, confirmando eventos do seu passado e deixando previsões do futuro. K. N. Rao também descreve alguns incidentes raros de contato com pessoas portadoras de conhecimento incomum.
Escolas de Astrologia Védica
Parasara é a maior autoridade de Astrologia Védica até hoje. A data de sua existência física e a produção de sua obra perdeu-se no tempo. Mas com certeza é anterior a sri Krishna, o que pode indicar que ele viveu há mais de 2.850 anos de nossos dias. Alguns afirmam que a obra de Parasara teve contribuições ao longo do tempo, devido à mudança de estilo de escrita em certas partes da obra. Os pontos principais dos ensinamentos de Parasara são os seguintes:


Mapas Divisionais
Parasara ensina uma forma de dividir o mapa em partes, dando origem a 15 novos mapas, chamados de mapas divisionais. Esses mapas divisionais foram a fonte de inspiração dos mapas chamados harmônicos, porém alguns mapas divisionais têm regras de construção diferentes dos mapas harmônicos. Por exemplo, no mapa divisional de fator 9, cada signo é dividido em 9 partes de 3 graus e 20 minutos de arco, sendo que cada uma destas partes corresponde a um “microsigno”. Se um planeta está em Áries, porém em um grau que corresponde a outro signo Navamsha, este planeta é transportado para outro mapa naquele útimo signo. Depois de transportados todos os demais planetas, forma-se o Mapa D-9 ou Navamsha, onde são deduzidas informações de ordem espiritual e sobre o casamento.

·         Yogas ou combinações planetárias – O estudo das combinações planetárias é o estudo mais longo que um astrólogo védico tem, pois são incontáveis yogas: um yoga pode ser um planeta em um signo ou um aspecto entre planetas, ou um conjunto de posições e aspectos planetários. Por exemplo ensina 32 Nabhasa yogas mas adverte que na verdade exitem 1800 do mesmo tipo, nabhasa yoga é uma combinação de formação como planetas em signos cardeais ou fixos, etc..

·         Ascendentes especiais: Parasara sugere muitos outros ascendentes complementares à interpretação e previsão. Por exemplo, o Ascendente horário ou Hora Lagna irá indicar a fonte de entrada de dinheiro do nativo.

·         Dashas ou sistemas de previsões: Existem dois métodos de previsões, um por períodos planetários e outro de signos. Parasara ensina em sua obra mais de 44 sistemas, sendo que um deles se destacou como o mais eficiente de todos: o Vimshotari. Este é um método planetário, onde a Lua, de acodo com a constelação ou Nakshatra que ocupa no momento do nascimento, vai determinar em que parte de um grande ciclo uma pessoa nasceu. Se a Lua se encontra no inicio de um Nakshatra, então em seus primeiros anos de vida ocorrerão eventos relacionados ao planeta regente do Nakshatra da Lua do nascimento. Este grande ciclo é desmembrado em 9 subciclos também planetários, de forma que cada evento da vida de uma pessoa pode ter até 5 planetas diferentes atuando nas características e intensidade do evento. Cada um dos nove planetas corresponde a um grande ciclo de 6 a 20 anos, na seguinte ordem: Nodo-Sul 7 anos, Vênus 20 anos, Sol 6 anos, Lua 10 anos, Marte 7 anos, Nodo-Norte 18 anos, Júpiter 16 anos, Saturno 19 anos, Mercuri 17 anos.
·          
·         Ashtakavarga: É um sistema que funciona conforme as relações interplanetárias alcançam uma pontuação positiva ou negativa para cada planeta nas Casas. Esta pontuação oscila de de 0 a 8 pontos e é a base para previsões quanto às realizacões que uma pessoa pode esperar em determinados assuntos da vida, de acordo com as Casas que têm mais pontuação ou menos. Este é um sistema ainda muito enigmático, embora Parasara mencione que, devido à sua simplicidade, é o mais adequado e fácil nos tempos atuais.
·          
·         Gochara ou Transitos: Quase nada é dito na obra de Parasara sobre trânsitos. Em outras obras temos algumas indicações, porém de forma extremamente resumida. Recentemente alguns pesquisadores acrescentaram teorias mais sólidas de como usar os trânsitos, baseando-se no mapa natal, Navamsha e um outro mapa divisional que corresponda ao assunto em questão. Os planetas que correspondam ao período atual ( Dashas ) e subperíodos devem ser analisados no mapa natal para encontrar tamto as correspondências de atuação, quanto quais as Casas envolvidas e outros planetas. Uma vez definido no mapa natal o campo de atuação, o mesmo deve ser feito no mapa Navamsha e no mapa divisional em questão. O segundo passo é verificar os trânsitos de Júpiter e Saturno nos três mapas acima. Depois, os planetas dos períodos atuais em trânsito devem ser transportados para o mapa natal e para o mapa divisional em questão. A conclusão desta análise vai mostrar a intensidade e abrangência dos trânsitos.

·         Longevidade: Alguns Dashas mencionados acima são específicos para determinação da longevidade ou o período de morte física. Existem técnicas especificas para determinar a duração da vida.

* por Evêncio Mendes. Evêncio Mendes é astrólogo védico e profissional da área de informática.






:: Ayurveda:: saiba um pouco mais sobre a medicina indiana e os biotipos (doshas)

Ayurveda é uma ciência médica desenvolvida na Índia há cerca de cinco mil anos. Em sânscrito significa ciência ou conhecimento da vida (Ciência ou conhecimento = veda; ayur = vida). No Ayurveda os processos terapêuticos diferem em muito da tradicional medicina praticada no ocidente, pois privilegia o uso de plantas medicinais, a prática de dieta, exercícios físicos, Yoga, meditação, massagem, aromateratia, gemoterapia, cirurgia e psicologia. O Ayurveda parte do princípio que o corpo humano tem três humores biológicos, chamados doshas e associados aos elementos ar, fogo e água. Quando o elemento predominante é o ar, a pessoa é chamada de Vata, quando fogo, Pitta e quando água, Kapha.Com base nas explicações fornecidas pelo médico ayurvédico e colunista do eYoga Dr. Aderson Moreira da Rocha (www.ayurveda.com.br), descubra então em qual dos três você se encaixa e procure levar uma vida condizente com suas características psicofísicas.As pessoas com constituição Vata são magras, têm pouca musculatura e dificuldade para ganhar peso; são mais friorentas e têm a pele fria e seca. Alguns sintomas de desequilíbrio de Vata seriam: boca e olhos secos, tendência à constipação (prisão de ventre), insônia, nervosismo e ansiedade. Para as pessoas com Vata (ar) aumentado recomenda-se aumentar a quantidade e a qualidade dos alimentos, ou seja o tipo Vata (ar) deve comer mais alimentos e com mais frequência. Neste caso é importante evitar ficar muitas horas sem comer e fazer pequenos lanches entre as principais refeições. Os alimentos podem ser pesados, nutritivos, condimentados. Os sabores recomendados são: doce, ácido e salgado. Deve-se evitar o picante, o amargo e o adstringente. Os alimentos devem ser preferencialmente cozidos e está recomendado o uso dos condimentosOs indivíduos do tipo Pitta (fogo) são de tamanho mediano, com musculatura moderada. Possuem o elemento fogo predominante, logo têm muita sede e bom apetite. O corpo é quente, a face vermelha. Preferem bebidas geladas, têm um bom sono e suam muito. Psicologicamente são compreensivos, inteligentes e têm emoções fortes, como a raiva e o ciúme; são pessoas ambiciosas e tendem a ser líderes. Para este indivíduo, em quem o elemento fogo é predominante, é necessária uma alimentação refrescante, um pouco seca e pesada. Os sabores que diminuem Pitta são: doce, amargo e adstringente; já o ácido, o salgado e o picante devem ser evitados porque aumentam o fogo. Neste caso estão indicados os alimentos crus (saladas), que são refrescantes. Excesso de condimentos e óleos devem ser evitados.As pessoas com constituição Kapha (terra) possuem corpo bem desenvolvido, porém com tendência a ganhar peso e se tornarem obesos. O tórax é largo e possuem uma boa massa muscular e óssea. A pele é macia com tendência ao frio e a palidez; já os cabelos são grossos escuros e ondulados, os olhos são escuros e com muitos cílios. Têm apetite regular e digestão tendendo a lenta, bom sono e boa capacidade vital. Psicologicamente são tolerantes e calmos, porém tendem a ser invejosos, apegados e possessivos. Possuem compreensão lenta, mas quando absorvem o conhecimento, este é retido por um longo tempo. O indivíduo kapha deve ter uma dieta amornante, leve e seca. Deve-se evitar alimentos frios, oleosos e pesados, assim como os sabores doce, salgado e ácido, porque favorecem o acúmulo de muco e gordura. Os sabores indicados para estas pessoas são: picante, amargo e adstringente. Deve-se ingerir menos quantidade de alimentos e fazer uso de plantas medicinais, como o gengibre e a erva-doce. Neste caso, o jejum uma vez na semana ou de 15 em 15 dias é aconselhado.

Fonte: Yoga Journal
http://escoladeyogahamburgovelho.blogspot.com.br/2011/02/descubra-o-seu-biotipo-dosha.html